Irritabilidade, barriga inchada, gases, dores abdominais. Esses são os incômodos de quem sofre de um problema muito comum, principalmente em períodos de hábitos alimentares não tão saudáveis e sedentarismo. E é assunto em várias rodas de bate-papo. A tão falada ‘prisão de ventre - como já demonstram os comerciais de produtos alimentares que auxiliam no bom funcionamento do intestino - está mais presente nos grupos femininos que masculinos e creem os profissionais que isso aconteça mais por fatores psicológicos que fisiológicos. De toda forma, homens e mulheres são vítimas da Constipação Intestinal, devendo ser avaliados por médicos caso os exercícios, alimentação e consumo de líquidos recomendados não façam essa parte do corpo funcionar diariamente e em perfeita ordem.
Primeiramente, é importante definir o que é a prisão de ventre. Na verdade, o termo médico correto para esse ‘mal que não é doença, mas sim um sintoma que pode ser isolado ou estar relacionado a outras doenças, é Constipação Intestinal (CI). É definida, de modo simples, como número de evacuações menor que três vezes por semana. Porém, também consideramos constipados os indivíduos com queixas, em pelo menos 25% das evacuações, de fezes endurecidas ou em cíbalos, de necessidade de esforço para evacuar ou de sensação de evacuação incompleta, diz Priscilla Pedroso Biolcati Tibúrcio de Lucena, especialista em Gastroenterologia pela Federação Brasileira de Gastroenterologia.
Ela incide mais nas mulheres que nos homens numa relação de 3:1 e segundo a especialista fica mais frequente a partir dos 40 anos e aumenta muito após os 60 anos. Vários fatores estão relacionadas ao problema, ressalta Priscilla, como o sedentarismo, ingestão alimentar inadequada (pouco líquido e pouca fibra), uso de medicamentos, causas orgânicas (como anormalidades estruturais do cólon, reto e ânus), distúrbios metabólicos e neurológicos e ainda transtornos psiquiátricos. A Constipação Intestinal é um dos sintomas de Síndrome do Intestino Irritável, que é uma condição clínica funcional em que não há lesão orgânica. Mas o fator psicológico influencia muito. É quando a questão cultural de não ir ao banheiro fora de casa impede o funcionamento regular do intestino, acrescenta. Mais uma vez isso acontece na maioria das vezes com as mulheres. A dificuldade de acesso a sanitários adequado do ponto de vista da higiene e outros fatores que inibem o reflexo evacuatório, vão piorando o quadro.