terça-feira, 11 de junho de 2013

Prisão de ventre, ou intestino preso. O que fazer?


A prisão de ventre ou intestino preso, é um problema bastante freqüente nos dias de hoje. Uma em cada 5 pessoas reclama que não evacua todos os dias, como seria o normal. Essa proporção duplica quando estamos falando somente das mulheres. Isso traz desconforto abdominal, excesso de gases e ressecamento das fezes, o que por sua vez pode gerar problemas no reto, como fissuras, sangramentos e dores para evacuar.

Alimentação inadequada e vida sedentária são os principais complicantes para o aumento desse problema. Aquilo que é mais "fácil" e rápido de ingerir não é, definitivamente, o mais saudável. Sanduíches rápidos, frituras, refrigerantes, biscoitos e açúcar dominam cada vez mais o dia-a-dia do brasileiro. O aumento desse tipo de alimentação rápida é diretamente proporcional ao dos pacientes nos consultórios de doenças gastrintestinais.

O tipo mais freqüente prisão de ventre é a chamada funcional. Outras causas, porém menos freqüentes, são hipotireoidismo, diabetes e uso de alguns medicamentos como analgésicos, antiácidos, antidepressivos e sais de ferro.

Algumas pessoas tentam explicar esse problema como sendo hereditário. Entretanto, quando toda uma família tem dificuldade de funcionamento intestinal, o mais previsível é que todos tenham os mesmos maus hábitos que levam à prisão de ventre.

1. Redução dos estímulos para evacuar

É importante evacuar diariamente pela manhã. A milenar Tradicional Medicina Chinesa (MTC) já considerava isso, antes mesmo do surgimento da civilização ocidental. E por uma simples razão: é pela manhã que o relógio biológico sinaliza com o comando de eliminar excretos. Evacuar logo ao despertar alivia o metabolismo - limpa a área - para a plena captação (em todos os níveis de conscência) de todos registros do dia que se inicia.

Existem 3 reflexos para evacuar e ativar o funcionamento intestinal diário e matinal:
  • reflexo ortocólico - quando acordamos e ficamos de pé;
  • reflexo gastrocólico - com a chegada do desjejum ao estômago, que se distende e avisa ao intestino ser hora de funcionar; e
  • reflexo colocólico - provocado pela entrada do bolo fecal no ceco.


Os reflexos fisiológicos não passam pelo cérebro, porém, conscientemente o reflexo pode ser inibido. Muitas pessoas, apressadas, suprimem essa vontade.

Quando, dia após dia, ano após ano, esses reflexos deixam de ser atendidos por restrição de tempo, eles se tornam quase imperceptíveis. Como reflexos fisiológicos, podem ser desenvolvidos novamente, pois mediante uma reeducação, o organismo pede reconquistar o hábito de evacuar todas as manhãs.


2. Falta água - líquidos - na Alimentação diária

Cerca de 65% do peso de um adulto é água!

Sem água nada funciona bem, especialmente intestinos os rins. Água é alimento, aliás, depois do oxigênio, é o mais essencial dos alimentos. Ela cumpre também uma função importantíssima: a de transportar os nutrientes até às células que deles necessita e, retirar das células todos os seus excretos e subprodutos, encaminhando-os para os cinco sistemas excretores.


3. Vida Sedentária

A atividade física regular e responsável acelera o metabolismo basal, proporcionando um despertar, uma nutrição vital de todos os órgãos e sistemas. O sedentarismo leva à atonia, com enfraquecimento da musculatura abdominal, diminuindo a força para evacuar.


4. Baixo consumo de alimentos integrais e crus

Os alimentos que favorecem o bom funcionamento intestinal são aqueles ricos em fibras, como as verduras (folhas verdes), frutas como o limão, laranja, tangerina, ameixa, figo, abacate, manga, mamão e uva, legumes como o xuxu e o brócolis, além de sementes como a linhaça e o gergelim.

E uma excelente pedida é misturar estes alimentos no preparo de sucos desintoxicantes, tomados idealmente em jejum, imediatamente após seu preparo.

Alguns chás são estimulantes do intestino, como o senne (Cassia angustifolia), porém, seu uso continuado não é indicado e vai perdendo seu poder laxante. Isso também ocorre com a maioria das fórmulas de laxantes (naturais e sintéticas), e só devem ser usados numa emergência e com acompanhamento médico.

O que de fato corrige o funcionamento adequado do intestino é a mudança de hábitos como alimentação natural e desintoxicante, além da atividade física diária. Se a prisão de ventre não melhorar totalmente com essas medidas, não interrompa, pois leva um bom tempo para um organismo por demais debilitado se recuperar. E, importante, consulte um médico.

Num país onde há produção abundante de frutas, verduras, legumes e sementes, tanto sol e clima adequado para uma caminhada, não tem porque existir esta endemia com tantas pessoas com intestino preso e barriga estufada.