domingo, 30 de junho de 2013

O que seu Cocô está dizendo a Você

Preferimos publicar a capa da "biografia" em vez de uma imagem do "biografado"
Você pode até pensar que já tiveram todas as idéias brilhantes para livros de auto-ajuda, e vai até ficar desanimado por não ter tido uma destas idéias. É verdade, já tiveram todas as idéias brilhantes. A mais recente foi dos norte-americanos Anish Sheth e Josh Richman, que obraram "O que Seu Cocô Está Dizendo a Você - Montes de Fatos Importantes Sobre a sua Saúde".

Sim, o livro é pequeno, marrom e possui as palavras "cocô" e "montes" na capa.

Uma atitude muito mais simples e barata do que guardar queijos em cofres ou preparar fórmulas prescritas por magos para fazer amigos e influenciar pessoas sem uso de hipnose, fazer cocô pode, segundo os autores, acabar com o estresse, com as mágoas do mundo, com a tristeza e as insatisfações.

É da "Cocô-Foria" que o livro fala. "Ainda que não seja uma conquista facilmente alcançável, essa espécie de 'Cocô-Foria' nos proporciona um êxtase, uma sensação de invencibilidade, que alguns já comparam com uma iluminação mística", escrevem os autores, logo na introdução.

Reprodução
Mais uma vez optamos por evitar
uma imagem da criatura biografada
Sim, todos nós, humanos, sabemos que um bom descarregamento dos intestinos nos livra de muitos impedimentos, até dos mentais. O pensamento se eleva, abre-se para novos horizontes. Mas, depois de feito, o cocô, que ficará boiando no vaso sanitário, esperando um último adeus, ainda pode ser muito útil. O cocô diz muita coisa para quem quiser ouvi-los - metaforicamente falando, é claro. Afinal, cocôs não falam. É algo mais profundo, e também não estamos falando aqui de para onde ele vai após a descarga. É algo profundo, no sentido de que vem das entranhas. Por isso o livro, de forma didática, cheio de figuras-exemplo, classifica os tipos de cocôs. Dr. Barroso, personagem criado pelos autores, fornece explicações científicas para os formatos, cores e cheiros que podem, eventualmente, sair do seu... er... bumbum.

Como em um catálogo, os autores dão nomes auto-explicativos aos tipos de excrementos, como "Os Que Flutuam e Os Que Afundam", "O Cocô Empedrado", "O Pingente", "O Cocô Que Põe Fim à Lua-de-Mel", entre outras alcunhas interessantíssimas - e escatológicas.

Não precisa revirar os olhinhos e ficar com as bochechinhas rosadas, internauta. Todo mundo que comeu milho na vida já fez o "Cocô Já-Te-Vi". Também chamado de "Hambúrguer Vegetariano" ou "Sobras de Ontem", é aquele que vem com pedaços de comida. Normalmente milho. Segundo Dr. Barroso, o milho é um alimento que contém um alto teor de fibras insolúveis. E como o seu corpo elimina o que não consegue digerir, o milho sai como entrou.

Quem nunca fez o "Número 3"? À primeira vista, o nome pode não parecer muito fácil de associar, mas os sinônimos explicam o termo: Fazer Xixi por Trás, Cocô Líquido, As Grandes Corredeiras etc. Há muitos mais nomes, mas não precisamos nos aprofundar, não é?

O tratado sobre o cocô ainda informa qual posição é a mais confortável - agachado ou sentado - e tira dúvidas sobre a saúde do seu organismo a partir da análise do que foi expelido por ele. Também traz curiosidades como o transplante de cocô (existe mesmo e é usado como tratamento!), quantos puns soltamos por dia (dez vezes ou 705 cm cúbicos: fusc!), quem foi o inventor da privada e as fezes que os outros animais fazem.

"O que Seu Cocô Está Dizendo a Você - Montes de Fatos Importantes Sobre a sua Saúde" é um livro que não irá te libertar das mais horríveis prisões de ventre ou das insuportáveis dores de barriga, mas pode ser uma divertida e inusitada leitura no trono. Uma obra da escatologia universal.

Um livro como este pode te provocar risadas enquanto aprende, sentado eternamente em seu trono esplêndido, a tornar o hábito de fazer cocô mais lúdico. Mas, prepare-se: depois de ler esta ode ao cocô, nunca mais olhará para baixo antes de dar a descarga da mesma maneira.

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