Entre dois e quatro anos a criança entra na fase anal ao descobrir as fezes e naturalmente tende a interpretar que é uma parte sua que está se esvaindo. E pior, uma parte feia, suja e com um cheiro insuportável.
A situação se agrava ao perceber que as pessoas mudam de postura quando suja as fraldas, passando de um anjo cheiroso para um lixo apodrecido.
É comum a criança nesta época tentar controlar o esfíncter para nunca mais fazer cocô.
Na impressão de que as pessoas adultas não fazem, que ela é a única a ter este problema, que vai se derreter em fezes, e tudo mais que a imaginação puder construir.
A necessidade desta época é entender que as fezes não são parte do bebê, mas a comida que foi ingerida e está indo embora, que as outras pessoas também o fazem, não havendo nenhuma vergonha nisso.
É bom lembrar que o vocabulário de uma criança de dois anos é muito pequeno e que não adianta o adulto recitar um complexo discurso sobre qualquer assunto que o bebê não vai ser capaz de entender, pois a linguagem da criança é a mímica. Ela não ouve o que dizemos, mas repete tudo o que fazemos.
Um bloqueio na fase anal leva o indivíduo a ser controlado demais, muitas vezes abominando tudo que seja ruim na vida e tentando ser perfeito e impecável, como se fosse o único no mundo que não defecasse.
A relação entre o sujo e o limpo, bom e mau, é desenvolvida nessa época.
Quanto mais nojo a criança tiver do cocô, mais obstinada por limpeza ela será quando adulta. E quanto mais naturalidade ela tiver, menos preocupação com limpeza terá, podendo tornar-se uma pessoa suja, desleixada e preguiçosa. Caberá aos pais, nivelar estes conceitos.
Depois dos quatro anos, até os seis, a criança entra na fase de latência. Período em que se descobre o xixi e, assim, os órgãos genitais.
Para quem acabou de entender que a comida sai pelo ânus, não será difícil entender que o xixí é o líquido ingerido que está saindo. Mas o problema não é esse. O fato é que o menino tem um pênis e a menina não tem.
Vai ser absolutamente natural a menina ficar revoltada e se sentir inferiorizada, enquanto o menino se vangloriar por ter vantagens a mais.
No caso da menina, haverá a necessidade de criar uma compensação para essa diferença, que fará com que ela se torne mais inteligente, capaz e amadureça mais rápido.
Problema existirá se ela entrar na irreverência dos meninos taxando-a de aleijada, castrada e inferior. Assumindo esses rótulos, poderá mesmo criar uma sensação de impotência que acompanhará pelo resto da vida.
No caso dos meninos, o fato de ter um pênis vai necessariamente colocá-lo numa hierarquia superior às meninas, mas o tamanho irá fazer a diferença entre os meninos. Havendo um contraste com os adultos, principalmente o pai, que têm pênis muito maior.
A fase fálica desenvolve no indivíduo o senso de competição, a forma de se adequar ao mundo e a consciência dos próprios limites.
Uma fixação na fase oral pode levar uma pessoa a elevar o grau de agressividade, discriminações raciais, ou simplesmente colocar competição em tudo o que faz.
Também poderá desenvolver o complexo de castração, que tira do indivíduo a fonte das vontades, levando a apatia ou falta de autoconfiança.
Depois dos seis anos, a criança entra na fase de latência que vai, hoje em dia, até os dez ou onze anos, período da puberdade.
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