quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Mulheres,Cuidado com os "Laxantes"

 LAXANTE “NÃO É SOLUÇÃO”!…”ABUSO” de LAXANTES E SUAS “CONSEQUÊNCIAS”


A utilização de laxantes tem por objetivo promover a defecação, porém o uso abusivo por auto-prescrição, inclusive com o intuito de controlar o peso, reflete a falta do real conhecimento sobre qual a freqüência de defecações é considerada normal, desejável ou mesmo necessária.
Mesmo havendo indicações válidas para a utilização de laxativos, em muitos casos, a prisão de ventre pode ser facilmente resolvida com orientações e adoção de condutas apropriadas como o aumento na ingestão de água, fibras, prática de exercícios ou mesmo treinamento intestinal. Se, no entanto as medidas mais racionais não surtem efeitos pode-se suplementar com agentes farmacológicos, sintéticos ou mesmo naturais. Um alerta deve ser dado em relação à escolha do medicamento, pois para cada pessoa existe uma indicação apropriada, quantidade e, tempo de tratamento.
Definindo a constipação , ou prisão de ventre , na verdade não se trata de uma doença , porém , de um sintoma que pode ter uma ampla variedade de causas . Esta condição pode ser conseqüência de distúrbios endócrinos, doenças do
sistema nervoso, doenças no intestino grosso, alterações na flora intestinal normal, ou como é o mais freqüente, ser resultado de causas subjetivas como o stress ou o tipo de dieta alimentar. O conceito individual de qual seja o ritmo intestinal normal também e um fator subjetivo que deve ser levado em consideração.
O volume de fezes normal, a freqüência de defecações e a consistência das fezes são difíceis de quantificar e estão sujeitos a variações pessoais e aos padrões sócio econômicos, sendo portanto muito fácil para a indústria dos laxantes tirar proveito desta situação. A média da normalidade varia de uma defecação diária, algumas vezes no mesmo dia a até uma vez a cada dois ou três dias,sendo considerado normal. A preocupação das pessoas é de que possa ficar intoxicado o que é infundado se a atividade do fígado estiver normal.
A redução nos movimentos intestinais, assim como do volume, e o endurecimento das fezes, ocorrem como resultado de desidratação do material que fica muito tempo no intestino grosso antes de sua eliminação. Portanto a consistência, o volume e a hidratação das fezes dependem muito da quantidade de fibras e água na dieta da pessoa, assim como do estilo de vida.
Uma causa bastante comum de constipação intestinal crônica ocorre nos indivíduos que por questões sociais, ou estarem em locais ou situações difíceis, sem “tempo”, ou no trabalho, inibem o reflexo para a defecação, contraindo o esfíncter retal, retendo as fezes na parte final do intestino. Quando isto torna-se um habito , o reflexo fica cada vez mais ineficaz, até tornar-se uma condição chamada de inércia cólica, ou seja, diminuição dos movimentos intestinais (peristaltismo) alem da possibilidade de perda da sensibilidade retal à presença do bolo fecal. Este tipo de situação também é muito freqüente em pacientes cronicamente acamados ou extremamente sedentários.
Um mito bastante arraigado, principalmente entre as mulheres, é de que se eliminar compulsivamente as fezes, habitualmente recorrendo aos laxantes, irá emagrecer. Grande engano. Ao longo do tempo o uso deste fármacos ocasionará processo inflamatório no intestino que poderá perder sua integridade e se tornara permeável, dando então passagem à magromoleculas, metais tóxicos, partes nao digeridas de proteínas, toxinas bacterianas e, com isto poderá desenvolver uma serie de processos incluindo alergias alimentares que, entre outras coisas, aumenta o peso, e colabora na formação da celulite.
Não resta dúvida de que a prisão de ventre é uma condição também deletéria ao organismo, uma vez que aumenta consideravelmente a formação de radicais livres, permite maior assimilação de toxinas entre outros males. Interfere na manutenção do equilíbrio do ecossistema interno, impedindo ao contrário, a absorção ou formação de elementos essenciais como alguns minerais ( cálcio por ex.) e algumas vitaminas.
As condutas recomendadas para a solução deste problema deverão ser sempre de bom senso. Alguns mecanismos de ação dos laxantes:
1) Salinos ou osmóticos são aqueles que incluem sais de magnésio, sulfato, fosfato, lactulose, glicerina, sorbitol, manitol. Devido à sua pressão osmótica atuam retendo água no intestino grosso. Efeitos adversos: acima da dose recomendada podem provocar evacuação líquida, que dependendo da intensidade leva à desidratação, não devem ser utilizados por pacientes cardiopatas ou com doença renal. Outros efeitos não desejáveis são gases, cólica desconforto abdominal, náuseas e ate vômitos, perda de potássio e retenção de sódio.
2) Laxantes estimulantes são os que promovem a retenção de água, eletrólitos e, estimulam os movimentos intestinais.Neste grupo incluem-se os derivados do difenilmetano (fenolftaleina por ex.) e, as antraquinonas. Efeitos adversos: perda de importantes eletrólitos com conseqüente desidratação, lesão da mucosa intestinal com conseqüente aumento da permeabilidade intestinal , reações alérgicas significativas e, a possibilidade de desenvolver cólon irritável. Esta é a classe de laxantes mais receitada, inclusive nas “dietas” para emagrecimento , devido à sua rápida resposta, porem pelo que vimos traz conseqüências desastrosas, ao longo do tempo, justamente para aquelas que desejam manter a beleza.
3) Laxantes naturais geralmente extraídos de plantas, citamos dois dos mais conhecidos, Sene e Cáscara Sagrada, ambos são ricos em antraquinonas, não sendo recomendável o uso crônico. Efeitos adversos: Assim como seus similares sintéticos, os compostos antraquinônicos podem provocar efeito laxante excessivo, cólicas abdominais,cor anormal na urina e, em casos de doses extremas e até nefrite.
4) Xenical. Um alerta adicional deve ser dado àqueles que estão se utilizando de desta nova droga , recém lançada no mercado para o tratamento da obesidade. Tem sido apregoada a utilização do mesmo com fins laxantes.Trata-se de medicamento sintético, cujo mecanismo de ação é impedir o funcionamento da enzima lipase, produzida pelo pâncreas e, com isto impedir a absorção de 30% da gordura ingerida naquela refeição. O seu grande efeito colateral é justamente promover evacuação oleosa com muitos gases, aumento da freqüência fecal, urgência retal e, até incontinência fecal. Porém este efeito só ira ocorrer se na refeição houver gorduras,assim como seu poder emagrecedor é devido ao impedimento da absorção de gordura naquela refeição, nao queima a gordura acumulada no organismo. Como também nao provoca diarréia em quem não ingeriu gordura. Efeitos adversos: são principalmente relacionados a não absorção das vitaminas lipossolúveis como as vitaminas E, A D, K, tão importantes para a manutenção da saúde , prevenção da arterosclerose, osteoporose, manutenção da saúde cerebral, lubrificação e, manutenção de uma pele saudável, entre outras conseqüências.
Finalmente, só para lembrar, nada como manter uma boa dieta, rica em fibras, pouco açúcar, muita água, comer carne vermelha moderadamente, fazer exercícios regulares, combater a inércia e o stress.


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